quarta-feira, 13 de agosto de 2008

IRMÃ CLARA SÍMBOLO DE HUMILDADE - Por Frei Israel

Clara de nome, Clara de alma, Clara flor do jardim do céu. És bendita na Ordem das Clarissas pela singela forma de levar uma vida simples ou ainda pelo simples fato de transmitir ao mundo aquilo que aprendeu com Francisco, a fraternidade, o amor mútuo e a esperança no seguimento de Cristo pobre e crucificado, Clara é seu nome, mas Clara foi sua regra de Vida

O início da vocação de Clara de Assis é por volta de 1207 onde mergulha no mar de Cristo, inspirada pelos bens eternos, buscava sempre servir os “menores do claustro mundano”, onde enfatiza aos mesmos a Glória futura. Estes “menores” por sua vez, eram aqueles que sofriam em meio à grande turbulência da Idade Média, onde não tinham voz, mas tinham vez, pois ouviam os louvores do Evangelho de Cristo, elucidado por Clara de Assis. Pelo fato de ter sido fiel seguidora do Evangelho, foi conhecida e procurada pela massa dos sem-voz, que não gozavam de liberdade pessoal, mas que iam para frente irresistivelmente através do seu testemunho de vida. Foi por este motivo, que o seráfico Pai Francisco via Clara como a esposa de Cristo, esposa mística com que se formava sua santidade.

Clara e Francisco, tornam-se semelhantes na reciprocidade evangélica, ambos trilharam seguindo fielmente no Espírito do Senhor, nas Igrejas e pela Igreja a serviço de toda humanidade. Tornam-se semelhantes ainda ao contagiarem rapazes e moças a seguirem a risca a dinamicidade do Evangelho, Clara vai mais longe com toda sua peculiaridade feminina. Ao ir para o mosteiro de São Damião, aquele mesmo crucifixo que pediu gradativamente a Francisco que restaurasse a Igreja do senhor, acolhe agora as Damas Pobres (Clarissas), para junto de si. Estas, com árdua e gloriosa missão de renovar a Casa-Igreja seguindo Cristo, como Maria nossa mãe, movida pelo Espírito Santo.

Clara pessoa madura, sensível a todo valor humano e divino, desde a juventude, revela-se uma senhora única e inconfundível, estatura forte, corajosa de rara afetividade humana e materna, aberta a todo amor bom e bonito. Dotada pela natureza e pela graça, de índole decidida no seguimento de Cristo, consegue atrair à vida monástica até sua própria irmã Inês e sua mãe Hortolana e várias outras santas irmãs virgens, esposas de Cristo adornadas de uma felicidade insondável aos olhos humanos.

Entre todas as mulheres que lembramos Clara será a única a dar à Igreja e à humanidade uma família de irmãs pobres, espalhadas neste grandioso mundo; será a única a escrever uma regra própria e a ter a coragem de pedir ao surpreso Papa Inocêncio III o “privilégio da pobreza”. Mística do amor puro, vivida em fraternidade, altíssima pobreza e humildade, Clara de Assis foi tão Clara como a luz resplandecente de Cristo sobre as trevas.


Irmã Clara, eternamente Clara.

Santa Clara de Assis! Rogai por nós!

Frei Israel Cardoso, Ofm



Nenhum comentário:



Notícias - Juventude Franciscana