terça-feira, 20 de julho de 2010

O VALOR DA AMIZADE - Por Frei Israel


A natureza humana dispõe de dois grandes bens: o matrimônio e a amizade, e ambos são dons gratuitos da natureza. Deus criou o ser humano para que ele possa existir e viver. E, se a pessoa humana não nasceu para viver na solidão, deve existir a amizade. Quem tenciona proibir todo o trato amistoso, deve conscientizar-se de que rompe os laços de todas as relações humanas. Fidelidade, confiança, veracidade, estabilidade e reciprocidade, são as qualidades primordiais da amizade. A maioria dos filósofos concorda que para ter amizade, é necessário ter reciprocidade, ou seja, a relação do eu com o outro, mas também do outro comigo, em outro sentido, deixar-se conhecer e conhecer o outro com a finalidade de construir uma verdadeira amizade, ainda que nunca cheguemos a penetrar no mais íntimo dos outros.
Segundo Victor Hugo, “o inferno está na palavra solidão”, isso evidencia que precisamos de amigos, precisamos nos relacionar de maneira verdadeira sem toda essa superficialidade que o mundo moderno nos apresenta. Precisamos de amigos sinceros, capazes de nos fazer priorizar a amizade como um lugar proeminente da vida comum, se estendendo também até o vasto campo da Vida Religiosa Consagrada, tornando assim a vida mais bela, mais rica e mais simples sem muita hesitação corriqueira. Conforme o Livro Pequeno Príncipe, “os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos”. Em tempo real, isso significa dizer que o homem pós-moderno tem necessidade de amigos e que o mesmo não é uma ilha para isolar-se no seu mundo impermeável e indescritível para os outros, em outras palavras, deve sair do fenômeno para o fundamento. Nesta mesma perspectiva, é necessário enredar que a amizade por excelência é o sacramento da relação humana penetrado por Deus, simultaneamente, é o bálsamo vital da essência humana. Diante desta amizade, que em si e por si provoca em nós uma sensação de eudaimonia (felicidade), vem inspirar-nos a buscar na mesma, o fundamento primeiro da fidelidade e perseverança entre amigos em Deus e em Cristo. A partir de então, pode-se definir que amizade é um compromisso sobre todas as coisas divinas e humanas, acompanhado da benevolência e do amor, sendo este amor mútuo e indispensável para quem quer encontrar esperança e propósito em uma valorosa amizade.

Frei Israel Cardoso, Ofm

Um comentário:

professor Carlos Florencio disse...

Obrigado Israel,
Precisamos relembrar o valor da amizade em cada momento de nossas vidas.



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